The Legend of Zelda: Twilight Princess — Poesia disfarçada de game e vice-versa
The Legend of Zelda: Twilight Princess é um jogo de Ação & Aventura desenvolvido e publicado pela Nintendo. Lançado originalmente em 19 de novembro de 2006 para Game Cube e Wii, recebeu uma versão remasterizada em HD para WiiU em 2016.
Link vive sua vida tranquila na pacata Vila de Ordon quando, subitamente, a vila começa a ser atacada de diversas formas. Primeiro, por macacos raivosos, depois por monstros, o que indica que uma força sombria estaá despertando e agitando estes seres. Link, ao tentar ajudar seus amigos, é amaldiçoado, se transformando em um lobo, e é preso. Ele conhece Midna, uma estranha criatura que o ajuda e revela que Hyrule está sendo tomada pelas trevas através das mãos do maligno Zant. Juntos, Link e Midna tentam frustrar os planos do vilão, sem saber que há mais alguém por trás de todos esses acontecimentos.
Twilight Princess é uma mudança sensível nas decisões tomadas no jogo anterior a ele, Wind Waker. Dessa vez, um enredo muito mais sombrio, com criaturas mais sinistras e localidades enigmáticas. Um total divórcio do tom cartunesco que não foi muito bem recebido pela indústria em geral. Essa ambientação deixa o jogo mais maduro e com detalahes de narrativa mais significativos, muito mais em linha com o que foi visto em Ocarina of Time e, principalmente, em Majora’s Mask.
Eu, particularmente, discordo muito das muitas críticas tecidas sobre Wind Waker. Ele é diferente e deixa a desejar em algumas coisas, mas ainda é um bom jogo de Zelda. Sua arte, apesar de ser mais infantilizada, é bem feita, e tem o DNA Nintendo. O que quero dizer é que eu entendo que a comparação é inevitável, mas que também não é preciso odiar um para amar o outro.
A estrutura de Zelda está toda ali, fazendo com que fãs da franquia estejam bem familiarizados com as suas mecânicas, com novidades como novos equipamentos e melhorias. Temos, finalmente, side quests interessantes, colecionáveis que valem a pena o esforço de buscá-los e um mapa gostoso de se explorar. As dungeons, como de costume, são incríveis e apresentam um desafio muito satisfatório. Os inimigos são bem maneiros e as batalhas contra chefes são, talvez, um pouco mais fáceis do que o habitual, mas nada que arruine a diversão. A jogabilidade é tão boa quanto o alto padrão estabelecido pela série, com exceção da câmera, que sempre foi um problema pra mim.
Uma das coisas que eu mais gostei no desenrolar da história é que há várias quebras daquele padrão: junte alguns artefatos espalhados por algumas dungeons, só para poder juntar mais artefatos em outras dungeons para, aí sim, enfrentar o Big Boss. Bom, esse padrão ainda existe, ok? Mas ele é constantemente interrompido de diversas formas, tirando a monotonia e previsibilidade do game, te instigando a fazer coisas diferentes, usar mecânicas que o jogador dificilmente usaria, ainda que estivessem disponíveis todo o tempo.
A trilha sonora é sublime e os gráficos, apesar de belos na versão original, estão em outro nível na versão HD do WiiU. Essa remasterização foi incrivelmente bem feita, parecendo outro jogo.
Twilight Princess é, talvez, o jogo da série que melhor explora as características literárias e poéticas da franquia. Ele mostra que o aquilo que entendemos por trevas ou sombras, pode não ser equivalente a mal. E aquilo que entendemos como luz, pode não necessariamente ser equivalente a bom. Ele mostra que seres com sabedoria milenar ainda podem errar e serem arrogantes, e que a salvação de situações desesperadas podem estar em algo tido como insignificante. Ele é divertido e cativante. Ele é… lindo.